Cuidar Bem Uns dos Outros

Sep 18, 2022    Mariana Merotto

Hoje quero conversar sobre mais um aspecto das nossas palavras proféticas e o segundo item do nosso porque, cuidar uns dos outros. Na semana passada o Felipe falou sobre zelar pela presença. Esse é nosso primeiro porque e guia tudo mais que fazemos. Nada se compara ao chamado de cultivar a presença de Deus, mas a partir desse amor e zelo pelo Senhor é natural que cuidemos uns dos outros. Observamos isso quando Jesus é questionado a respeito do maior mandamento.

“Ao ouvirem dizer que Jesus havia deixado os saduceus sem resposta, os fariseus se reuniram. Um deles, perito na lei, o pôs à prova com esta pergunta: "Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?" Respondeu Jesus: " 'Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento'. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como a si mesmo'.”
Mateus 22:34-39

Em 2006, antes mesmo da Base existir como conhecemos hoje, Victor e Stephanie receberam uma palavra profética que seríamos família, assim como a Palavra diz em Romanos 8:29

“Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”

Essa ordem que temos de sermos família, cuidando uns dos outros, fica ainda mais clara em 2013, com a visão da fogueira.

1 – A família de Deus

Quando falamos de família, nosso próprio entendimento pode ser afetado por nossas más experiências em casa, e isso pode acabar nos fazendo não abraçar completamente a ideia nos proposta pelo Senhor. É preciso então entender o que Deus deseja e intenta com a família e seu coração apaixonado por ela.

Jesus deixa muito claro que seu papel como filho é revelar o Pai, e por toda a bíblia podemos ler sobre o desejo de Deus em formar uma família.

“Mesmo antes de criar o mundo, Deus nos amou e nos escolheu em Cristo para sermos santos e sem culpa diante del. Ele nos predestinou para si, para nos adotar como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito de sua vontade”
Efésios 1:4-5
O desejo de Deus com sua família é demonstrar seu amor e seu cuidado para conosco, nos ligar eternamente e nos da uma filiação e uma identidade inabaláveis. Entendendo isso, somos chamados a refletir esse desejo na terra, cuidando bem e amando uns aos outros.
2 – Cuidando uns dos outros

Cuidar de alguém é um ato de amor, motivado não por nossos próprios interesses, mas enraizados no amor que recebemos de Deus. Esse cuidado vai muito além de um socorro em um momento de angústia, mas fala também do meu desejo e atitude para que meus irmãos cresçam, se desenvolvam e andem no propósito de Deus.

A comunidade de atos e as igrejas a qual Paulo se dirigia nos mostram que esses irmãos entendiam o encargo de cuidar uns dos outros. A palavra nos diz em Atos 2: 42-47 da comunhão desses irmãos, da sua disponibilidade em servir e repartir seus bens e do seu hábito de orarem juntos. Nas saudações do apostolo as igrejas, fica claro seu amor por eles, seu zelo pelo seu bem estar e o desejo de seu coração em estar em comunhão com eles.

Mais do que passos práticos de como cuidar do seu próximo, eu gostaria que apendêssemos juntos alguns princípios que podem guiar tudo que fazemos para cuidarmos bem uns dos outros.

Primeiro, cuidar é zelar pelo bem estar e estar atento as necessidades de alguém. Vemos isso em como a igreja primitiva repartia seus bens, em como Paulo e os apóstolos se esforçavam no cuidado com aqueles que eram acrescentados, em como a própria igreja se preocupava com o apóstolo e em como Jesus servia os discípulos.

“Como eu me alegro no Senhor por vocês terem voltado a se preocupar comigo! Sei que sempre se preocuparam comigo, mas não tinham oportunidade de me ajudar”
Filipenses 4:10

Quando me preocupo pelo bem estar de alguém, sou proativo em perguntar sobre suas necessidades físicas, emocionais e espirituais. Isso quer dizer que fico atento ao que meus irmãos falam, as suas circunstâncias e tomo a iniciativa de não só me interessar por ele, mas de me envolver com aquilo que ele precisa. Eu não encaro meu irmão como um peso, mas o encaro com a consciência do privilégio de servir alguém que é parte da família.

Cuidar é também cooperar para o destino e a formação espiritual do meu irmão. Os apóstolos, de maneira geral, pagaram um alto preço para que os novos convertidos a fé cristã pudessem não só aprender, mas também caminhar nos ensinos de Cristo.

“Ó meus filhos queridos, sinto como se estivesse passando outra vez pelas dores de parto por sua causa, e elas continuarão até que Cristo seja plenamente desenvolvido em vocês”
Galátas 4:19

Isso quer dizer que me torno, voluntariamente parte do processo de crescimento daqueles ao meu redor, quer seja pelo ensino direto, quer seja pela ajuda mútua na prática e entendimento da palavra. É importante também ressaltar que eu garanto que meu irmão seja relembrado de suas palavras proféticas em momentos de luta, que seja encorajado em seu chamado e celebrado em suas vitórias. Quando me envolvo em cuidado com a comunidade meu desejo não é que eu cresça e avance sozinho, mas meu coração se alegra quando cada um de nós está caminhando em seu destino dado por Deus.

Nessa caminhada, é natural também que o cuidado se traduza em correção amorosa. Se sou eu quem está corrigindo preciso me certificar que essa correção é feita com o intuito de trazer a pessoa ao caminho da verdade, e não de julgar ou humilhar. Se estou recebendo a correção preciso apresentar meu coração receptivo a ela, e não combativo. Para que a correção atinja seu objetivo (retorno ao caminho correto), é necessário que a fundação seja o amor, e não a condenação.

“Portanto, irmãos, cuidem para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo que os desvie do Deus vivo.Advirtam uns aos outros todos os dias, enquanto ainda é "hoje", para que nenhum de vocês seja enganado pelo pecado e fique endurecido”
Hebreus 3:12-13


3 – Assumindo meu papel

Uma das coisas que mais impactou a primeira vez que o Victor falou no Bases, foi quando ele disse que promessas proféticas são convites, não garantias. A promessa profética que temos da fogueira e o encargo de cuidarmos uns dos outros, não são convites para o Victor, eu ou Felipe mas para todos que se sentem chamados a fazer parte da Base.

A Base é uma instituição inanimada e não é capaz de obter a promessa sem que aqueles que fazem parte dela se engajem ativamente no processo. Para que juntos alcancemos o desejo de Deus para nós, é preciso que cada um assuma seu papel naquilo que Ele nos chamou.

Cuidar uns dos outros não acontece apenas no IC e não precisa de uma programação institucionalizada mas flui do senso de família que desenvolvemos juntos. Esse senso de família, por sua vez é desenvolvido quando decidimos conviver e dividir a vida. Eu não preciso aguardar que alguém me procure, mas devo assumir a minha responsabilidade em criar família e cuidar dos meus.

Amar uns aos outros também não é apenas para os que já estão, mas envolve acolher com amor os que chegam e procurar alcançar os que ainda não conhecem a Cristo.

4 – Conclusão

Eu amo o fato de que nossas promessas proféticas estão atreladas aos encargos que temos como comunidade e que cada um deles pode ser vivido de maneira prática por cada um de nós. Meu convite hoje é para que você reflita em como tem exercido sua parte no mandato que temos cuidar uns dos outros, para que entremos na promessa de sermos uma família.

Que o Senhor nos inunde de Seu amor, para que possamos amá-lo profundamente e permitirmos que esse amor transborde de nossas vidas através do cuidado com meus irmãos.