Tudo o que Ele é, é tudo que queremos

Feb 27, 2022    Mariana Merotto

Introdução

Como aprendemos semana passada, Jesus nos convida para conhecer o Pai, e a partir disso nos convida a estar com Ele, aonde Ele está para contemplar sua glória e interagir com a atmosfera celestial de maneira a orar e interceder, concordando com o que Ele diz e faz.

Jesus deseja que estejamos na sala do trono, contemplando sua glória. Isso deveria fazer nosso coração queimar! Que privilégio contemplar a beleza de Jesus, ser maravilhado por sua glória e poder adorá-lo de um lugar de conhecimento profundo, experimentando a verdade de quem Ele é.

Mas afinal, como é Jesus? Com o que Ele se parece e o que cada uma de suas características nos comunica? Será que temos como saber realmente como Ele é?

Na verdade sim. A Bíblia nos dá algumas descrições de como é contemplar o Cristo ressurrecto e hoje nós vamos observar como João o descreve em Apocalipse 1.


1 – Jesus é tudo que eu preciso
“E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,
E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém.
Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.
Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso. (...)
Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta (...)
E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro;
E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro.
E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo;
E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas.
E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece.
E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último;
E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.”

Apocalipse 1:5-18


Essa porção das escrituras contém pelo menos 22 descrições sobre Cristo e cada uma delas atende a uma necessidade do nosso coração. Elas falam da beleza, do caráter, personalidade, missão e poder de Jesus. Quando oramos, podemos contemplar esses atributos e assim incendiar nosso coração de amor por Ele.

Vamos falar apenas de algumas a seguir:

Fiel testemunha
Essa é a primeira descrição de Jesus, e fala a respeito de seu caráter. Como fiel testemunha, somos assegurados que podemos confiar tudo que sai de sua boca, pois tudo que Ele fala é verdade e tudo que Ele diz é digno de confiança. Ele não mente, ludibria ou engana, mas é fiel a cada palavra que diz.

Soberano dos reis da terra
Jesus é o Rei legítimo e soberano sobre todos e isso comunica diretamente sua missão. Ele possui autoridade para conduzir essa era de volta ao plano original de Deus. É Dele a preeminência para liderar.

Olhos como chamas de fogo
O próprio Jesus nos fala em Mateus 6 da relação entre nossos olhos e o que está em nosso interior. A beleza de Jesus é expressa aqui em seus olhos de fogo, que não pretendem nos assustar mas nos maravilhar com sua paixão em chamas por nós. Seu interior, como de uma fornalha é a plena confiança de que seu amor não é passageiro e que esse amor ardente não apenas nos envolve, mas tem também a capacidade de nos purificar de tudo que não é santo.

Pés como bronze polido
Na capacidade de esmagar os inimigos, vemos os pés de Jesus como a expressão de seu poder para aniquilar seus inimigos com autoridade. Esses são os pés descritos em Gênesis 3:15 “Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar." Olhar para seus pés nos enche de confiança que o Deus de Paz esmagará satanás e aniquilará as obras malignas que vemos hoje.



2 – Precisamos conhecer
A revelação dos atributos de Cristo atrai nosso coração para nos aproximarmos Dele. A vida eterna é que conheçamos a Deus (João 17:3), porquê é o conhecimento de Deus que responde aos desejos mais reais do nosso ser. Fomos feitos para conhecê-lo e sermos conhecidos por Ele e para isso é preciso disposição para aprender quem Ele é. Nenhuma dessas informações era conhecida por João antes dessa ocasião, mas elas estão ao alcance de nosso conhecimento hoje através da Palavra de Deus.
Como poderemos O adorar por quem Ele é se não obtivermos conhecimento sobre como Ele é? A Bíblia contém as palavras que descrevem Jesus como Ele deseja ser descrito. Ela carrega o poder de nos fazer conhecer Deus a partir da maneira como Ele deseja ser conhecido. Não podemos fugir da responsabilidade de buscar compreender quem Ele é porque nos parece estranho ou incompreensível. Ele não é aquilo que desejamos que Ele seja, ou aquilo que imaginamos que Ele seja, Ele é o que diz que é e essa verdade está descrita em sua incorruptível palavra.
Se dedicar ao estudo das Escrituras não é apenas para os eruditos ou aqueles que decidem se aprofundar no estudo teológico, mas um dever de todos que decidem se entregar a Deus e almejam crescer e amadurecer em Sua presença. Ler e compreender a Bíblia não é uma tarefa enfadonha, difícil ou fria, é o caminho para realmente ter entendimento sobre quem Ele é.

3 – O conhecimento leva a experimentar
Mas os atributos de Jesus não são apenas sobre conhecimento intelectual, são um convite para experimentarmos quem Ele é. João não estava desenvolvendo um texto bem escrito ou uma teoria, ele estava colocando em palavras o que estava experimentando e com isso deixou para o Corpo a maravilhosa e transformadora verdade de quem Jesus é.
A oração é uma ferramenta poderosa para usar o conhecimento (texto) de maneira a nos conduzir a experimentar a verdade que compreendemos. Transforme o texto em oração. Por exemplo: Jesus é o primogênito dentre os mortos (Ap 1:15) pode ser transformado em três frases:
Jesus muito obrigado por Se revelar como o primogênito
Eu creio que você ressuscitou e vive para todo o sempre
Me ajude a entender e provar desse atributo
E permita que o Espírito grave em seu coração de maneira sobrenatural a revelação pessoal da paz que podemos ter ao enfrentarmos situações de morte. Meditar sobre os atributos do Filho devo nos conduzir a experimentar a manifestação desses aspectos de maneira real. Isso não quer dizer que todos teremos uma visão como João, mas todos podemos ser tocados e marcados com os atributos de Cristo e isso torna nossa vida espiritual dinâmica.
Cada vez que me sinto esfriar, não preciso de uma música inspiradora ou uma injeção de ânimo, eu preciso olhas nos olhos como chamas de fogo. Com meu coração contrito em oração, em meio as dificuldades além de meu controle, preciso que Ele me revele que me segura, assim como segura as sete estrelas em suas mãos.
Cada vez que preciso vencer um pecado, a espada afiada da palavra que sai da sua boca se torna minha arma e em meio as dúvidas do futuro, preciso ter a convicção de quem provou que Ele é o começo e o fim.
CONCLUSÃO
Sem o conhecimento da revelação fundamental expressa na Bíblia, nossas experiências são cheias de nós mesmos, afastadas das realidades celestiais, produzidas por nossa imaginação e podem ser completamente contrárias a quem Ele diz que é. Um dos males dessa era é a moldagem de Deus aos meus próprios conceitos de bondade, amor e divindade. Lembre-se Ele é quem diz que é.

Podemos também decorar cada atributo descrito nas Bíblia e possuir todo conhecimento teológico dessa e de outras porções das escrituras, mas sem uma revelação que vai além do intelecto, seremos especialistas em conceitos, mas estranhos para Cristo.

Deus não está apenas no conhecimento ou na experiência. Ele está no conhecimento que se prova real e na experiência que se fundamenta em Sua verdade. Precisamos de ambos. O conhecimento leva a revelação, que conduz a adoração o que por sua vez me faz conhecer mais. É como um ciclo, aonde um conduz ao outro e juntos nos levam mais profundo. Quanto mais eu sei, mais posso experimentar, quando experimento meu lugar de oração se fortalece e nesse lugar de contemplação eu O conheço mais.