De bem com a alma
“Amado, oro para que você tenha boa saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma.” 3 João 1:2
João orava, era o seu desejo, que sua prosperidade externa fosse tão boa quanto a interna.
A expressão – lhe corra bem – aparece outras duas vezes no novo testamento, em Romanos e Coríntios, sempre associada a uma jornada próspera, demonstrando que é justo que um cristão deseje a prosperidade e o sucesso no que é lícito.
Mas João eleva isso a um nível maior, ao nível interior.
A carta foi endereçada a Gaio, líder de uma igreja na Ásia, e que sofria forte oposição de Diótrefes, que pregava o oposto do evangelho anunciado por João. O objetivo era combater e incentivar o combate ao falso ensino.
Hoje vivemos em um contexto de secularização, e banalização do que é prosperidade, do que devemos desejar uns aos outros, e do que precisamos velar com mais veemência.
O que demonstramos se tronou mais importante do que o que carregamos!
João combate isso ao dizer, que tudo vá bem no exterior como está bem o interior.
Se pudéssemos ver um ao outro por dentro, o que estaríamos vendo?
É comum vermos essa secularização da prosperidade, como você mede o seu sucesso? Como você mede o sucesso do outro? Quando você conversa com um amigo, você deseja a ele mais sucesso na jornada espiritual ou mais posses?
Obviamente um não anula o outro, mas na maioria das vezes sim.
E o que nossa alma precisa? O que é uma alma próspera?
Nós vemos isso logo no início do sermão do monte, quando Jesus anuncia as bem aventuranças. Ele nos promete em Mateus capítulo 5:
- Pertencimento
- Consolo
- saciedade
- misericórdia e perdão
- relacionamento
- família
Não podemos negligenciar as necessidades da alma, fomos criados com elas, fazem parte da nossa vida cotidiana, e a maior parte do que vemos as pessoas buscarem externamente vem da falta disso internamente.
Nossa vida interior precisa de atenção, pois do nosso interior “fluirão rios de águas vivas” (João 7:38), o “Reino de Deus está dentro de nós”(Lucas 17:22) e se arrumamos a casa e depois abandonarmos ela certamente seu último estado será pior do que o primeiro (Mateus 12:45).
Obviamente não queremos criar uma teologia centrada na Alma, ou incentivar que a pessoa seja almática a ponto de viver presa a seus sentimentos, afinal a palavra de Deus é viva e poderosa e trás luz aos nossos pensamentos e sentimentos mais íntimos (Hebreus 4:12).
Mas, em contrapartida, não podemos também negligenciar os nossos sentimentos, precisamos convidá-los a essa luz, a luz de Cristo, e assim sermos curados em nossas emoções para que possamos prosperar externamente da mesma forma como internamente.
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes de vida” (Provérbios 4:23).
Precisamos guardar o nosso coração, e isso não quer dizer fechá-lo, mas abri-lo para que Cristo venha ser o seu Dono, Rei, e Governante, para que Ele possa dirigir as nossas emoções e saciar as nossas necessidades, que Ele mesmo descreveu no sermão do monte.