Vivendo para a glória de Deus

Vivendo para a Glória de Deus

O dualismo entre sagrado e secular tem sido, já há muitos séculos, um empecilho para que os cristãos possam entender e viver a obra completa de Jesus na cruz.

A origem desse problema decorre de que, ao nos entregarmos a Cristo, passamos a viver entre dois mundos, o natural, e o espiritual. Vivemos presos as limitações do corpo humano, tendo que lhe dar com todos os tipos de problemas e dificuldades que isso nos trás, e ao mesmo tempo, estamos em uma posição espiritual com Cristo, somos filhos de Deus, herdeiros das promessas, e amados do Pai.

No entanto a antítese entre sagrado e secular não encontra qualquer base bíblica no novo testamento, é bem verdade que Deus usou muito dessa separação para ensinar ao povo de Israel depois que eles foram conduzidos por Moises para fora do Egito, mas Jesus vem para por fim a essa separação.

Portanto uma compreensão mais perfeita da doutrina Cristã poderá por fim a esse problema.

“Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co. 10:31)

Paulo não está nos chamando a uma vida idealista, mas sim nos convocando a viver a integralidade da mensagem de Cristo!
Se até mesmo as atividades mais básicas da vida devem glorificar a Deus, o que dirá da integralidade do viver?!

A religião por vezes nos impõe um entendimento errado sobre a condição carnal do homem, como se a própria natureza humana seja ofensivo a divindade!
Cristo viveu em carne, no entanto jamais cometeu uma ação impura! Sua presença em carne humana dissipa de uma vez por todas essa ideia!

É possível vivermos em carne humana, e glorificarmos a Deus.

As ações praticadas pelo corpo, quando realizadas em pecado, jamais poderão honrar a Deus!
Eis aqui a chave que muda o jogo: Santidade ao Senhor!

Um crente que vive a dupla experiência do arrependimento e do novo nascimento e que agora vive de acordo com a vontade de Deus, descrita na bíblia, pode dizer com segurança que cada uma de suas atitudes glorificam a Deus, e são tão santas quanto a pregação do evangelho, a oração ou a ceia do Senhor.

“Pois nele vivemos, nos movemos e existimos.” (Atos 17:28)
O mesmo Paulo faz uma afirmação ainda mais clara quando interpelado pelo conselho em Atenas!
O cristão que entregou a sua vida a Jesus, passa a fazer tudo a partir d’Ele!
Toda a sua vida, cada movimento da sua existência está conectado a Ele.

Agora não nos basta entender esse fato, se queremos ficar livres do dilema sacro-secular, precisamos deixar que essa verdade corra em nossas veias, permeando toda a nossa vida a partir desse entendimento.

O diabo não se contentará com isso facilmente, e tentará sempre sugestionar que estamos dedicando a melhor parte de nossos dias as coisas deste mundo, e uma ínfima parte ao nosso espírito! Precisamos ser diligentes em lembrar que tudo que fazemos é para a Glória d’Ele e que n’Ele que nos movemos e existimos!

A distinção correta está no grau de importância que conferimos a cada atividade!

Entendendo que nossas atividades diárias podem ser feitas como um ato de adoração a Deus, e que todo nosso trabalho é um sacerdócio ao Senhor, precisamos prosseguir em entender que a verdadeira distinção não está na diferenciação entre sagrado e secular e sim nos níveis de importância.

As atividades de Paulo enquanto fazia tendas não tinham a mesma importância das cartas que ele escreveu e que moldam a nossa vida e espiritualidade nos dias de hoje.

Certamente que conduzir uma vida a Cristo é mais importante do que cuidar de um jardim, mas ao cuidar de um jardim você pode levar uma vida para Cristo.

Certamente que orar é mais importante do que preencher uma planilha, mas você pode fazer os dois ao mesmo tempo!
Ambas a atividades são santas, mas uma é mais importante do que a outra.

Eu, enquanto prego para você não me comparo ao Mike Bickle, no que tange o alcance e utilidade para a igreja do mundo inteiro, mas isso não me torna menos amado, ou santo! Tampouco me desencoraja de continuar fazendo o que eu faço.

“Pois nele vivemos, nos movemos e existimos.” (Atos 17:28)

Esse é um firme fundamento sobre o qual devemos viver!